sábado, junho 17

cidades, capitalismo, judeus, história

AS CIDADES, A ORIGEM DO CAPITALISMO, A PARCERIA DOS JUDEUS COM O DINHEIRO AO LONGO DA HISTORIA No livro por amor as cidades, o medievalista Jacques le Goff, estudioso da evolucao dos centros urbanos1 acredita que as cidades estao prestes a conceber novos encantos que irao renovar sua seducao. este livro é uma verdadeira viagem as cidades da Idade Media, ambas são lugares de trocas, festas e violencia, contraditoriamente tambem são lugares de solidariedade e civilidade e por isso vao continuar existindo. Umberto Eco tambem acredita e narra em seus ensaios e textos a medievalizacao de nosso dias – embora de forma mais pessimista em suas alusoes a condominios fechados e a bandos de rua tao comuns naquela epoca. fala em textos proximos que os acontecimentos (capitalismo, por exemplo) independem de planos e intencoes dos supostos detentores do poder. este conceito é a monografia de entrada do jornalista Joelmir Betting em O CAPITALISMO NAO É UM PROJETO –É UM PROCESSO, e tambem defesa constante nos textos de Arnaldo Jabor (sanduiches de realidade). Igualmente em Os Judeus, o Dinheiro e o Mundo, Jaques Attali, desenvolve um libelo contra o preconceito. ao revelar as origens e a historia do contato dos judeus com o dinheiro ele ajuda a derrubar os muros do antisemitismo. descobre-se que, impedidos de possuirem terras e de trabalharem nas guildas dos artesaos, no tempo das Cruzadas, so lhes restou o emprestimo a juros – a usura, como era entao chamada –, atividade proibida aos cristaos pela Igreja. neste momento os filhos de Davi comecaram a enriquecer e ser malvistos. revela-se tambem, que levados a errar pelo mundo, o dinheiro portatil sempre lhes foi o único bem acessivel. são teses que ajudam a compreender o nascimento do capitalismo. repleto de curiosidades, o livro apresenta os judeus como os primeiros a recorrer ao cheque, a letra de cambio e a contabilidade por partidas dobradas, para anotar o movimento dos creditos de cada um. mostra ainda que empresarios renomados, receosos em aparecer como representantes do dinheiro judaico, trataram de mudar seus nomes de batismo. é o caso de Marcel Bloch, que ao sair do campo de concentracao de Buchenwald viraria Marcel Dassault, um dos magnatas da aviacao francesa. é o caso de Ralph Lauren, ex Ralph Lifchitz, o imperador da moda nos Estados Unidos. A obra de Attali nasce como um classico de economia. as cidades parecem realmente ter nascido e florescido, tal qual as conhecemos hoje, na idade media, pois na antiguidade, o campo muitas vezes era mais rico e as cidades apenas destino de passagem. aliás, os burgos, os lugares onde nasceram as cidades da idade média (não falo das remanescentes e organizadas do Império Romano) eram os piores e mais insalubre slugares, que não interessavam ao senhor feudal para administrar e arrendar plantações. (na foto: estrada romana)

Nenhum comentário: