segunda-feira, junho 19

PIRATAS E CORSÁRIOS INGLESES no Brasil

Por mais e duas décadas, a apavorante bandeira negra com o crânio e as duas tíbias tremulou, pressaga e amedrontadoramente, diante de várias cidades da costa brasileira. Embora a presença do sinistro pavilhão do Rei Morte the King Death Banner, como seus sórdidos súditos o chamavam jamais viesse a ser tão freqüente e devastadora no Brasil quanto no Caribe, a pirataria inglesa provocou prejuízo, devastação e morte na Bahia, no Rio e em São Paulo. (ilustração: extraida de Typoasis:Pirates)

O ataque mais famoso foi o de Thomas Cavendish a Santos, no dia de Natal de 1591. Os 300 moradores da vila estavam na igreja no instante em que três dos cinco navios de Cavendish abriram fogo. Pouco depois, entre gritos e tiros, os piratas tomaram o lugarejo, no qual permaneceram por dois meses até não haver mais o que saquear. Cavendish, marinheiro ousado, o terceiro a circunavegar o globo, não era exatamente um pirata, mas um corsário agindo sob as ordens da rainha Elizabeth. Depois de uma dramática viagem até o estreito de Magalhães, ele voltou ao Brasil e atacou o Espírito Santo. Foi vencido, 80 ingleses morreram no combate, e a vila que se defendeu bravamente foi chamada de Vitória, hoje capital do estado do Espírito Santo.

Cair nas mãos de piratas sempre foi considerado um destino pior do que morrer durante o ataque. Elevando o sadismo a uma espécie de arte meticulosamente tétrica, esses facínoras dos mares inventaram mais modalidades de tortura do que os inquisidores espanhóis. A gravura ao lado mostra dois padres, capturados num navio que partira da Bahia em 1718. Sendo obrigados a carregar seis captores nas costas, antes de serem forçados a andar na prancha e jogados ao mar.

O primeiro corsário a navegar em águas brasileiras foi William Hawkins, notório traficante de escravos, membro do Parlamento e amigo do rei Henrique VIII. Entre 1530 e 1532, ele fez três lucrativas viagens ao Brasil, levando numa delas, para Londres, um cacique - "um autêntico rei brasileiro" . Seu filho, John Hawkins, e seu neto, Richard, seguiram a tradição e também fizeram vantajosas incursões nos mercados negreiros da Guiné e do Brasil.

O primeiro ataque pirata ao litoral brasileiro foi comandado pelos filibusteiro Robert Withrington e Christopher Lister. Por seis semanas, de abril a junho de 1587 eles assolaram o Recôncavo Baiano. Só foram rechaçados porque o governador Cristóvão de Barros teve ajuda de "índios flecheiros". Em 29 de março de 1595 James Lancaster tomou o porto do Recife e lá permaneceu por 31 dias, carregando seus três navios e outros 12 que "alugou" de franceses e holandeses que ali encontrou com tudo o que pôde saquear. Foi a mais lucrativa das pilhagens ao Brasil, superando até o butim que o infame capitão Bartholomew Roberts colheu em 1711 do galeão português que zarpara da Bahia abarrotado de jóias ouro e açúcar.

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