ARGENTINA, por pw,
CULTURA E HISTORIA (ilustração: Hugo Pratt)
Meus primeiros contatos com a cultura e o povo argentinos eram um prenuncio do assombro e do respeito que nutriria pelos mesmos, pre-adolescente no colegiuo jesuita, a Guerra das Malvinas, tao ali proxima, tao seriamente discutida diariamente nos jornais gauchos, dado a proximidade e mesmo a consagueneidade cultural e biologica de nossso povos ficou marcada em mim. Meu gosto pelas tecnologias militares e pela guerra propriamente dita talvez tenha nascido ali... depois, uma vez abandonado pelo meu tio-icone, Flavius, na rodoviaria de Porto Alegre20 (ele chegou horas atrasado) uma gaucha liberal me acolheu em sua casa naquela mesma tarde junto com seus amigos argentinos que chegavam a rodoviaria (foi nessa mesma tarde, tenho certeza, que vi pela primeira vez a capa de Classic, do Yes e dos primeiros discos do Iron Maiden, numa loja – experiencia parecida com a da capa do CODA numa loja das Americanas. e do prenuncio da capa do At the Rainbow do Focus, naquela noite na casa do advogado do karakele que brincava de divorcio com minha mae... – ENFIM, a tal gaucha – que alias meu tio tinha mais condicoes de tracar do que eu, obviamente – comentava de seus argentinos que eles nunca tiravam a camisa, em hipotese alguma... Anos se passaram e na rodoviaria – novamente – de Sombrio, eu e meus colegas brincavamos de esperar ver as argentinas – infinitamente mais voluptuosoas peitudas e gordinhas que as brasileiras – descerem do onibus para o café da manha antes de seguir viagem para Florianopolis... que povo era este que frequentava cemiterios, e no lugar de bares visitava bibliotecas na alta madrugada??? que povo era este que andava bem trajado??? Era um povo medianamente mais intelectualizado que o brasileiro- que até nossos dias ostenta bolsoes inexpugnaveis de ignarancia e pobreza nordestinos e diria metropolitanos em geral. De maneira que esta admiracao pelos baixos indices de analfabetismo, por exemplo, dos argentinos, cristalizou-se em mim quando tive contato com a literatura deles. Em minha ignorancia prefiro seus livros aos nosssos – salvo Machado de Assis, mas que por tao extraordinario deve ser posto na conta das excentricidades. E entao maravilhado conheci um Coratzar e a literatura fantastica, meu cerebro preparava-se para assimilar Poe e o seu seculo... e ouvia falar de Borges e nesssa mesmo época comprei um disco de Piazzola, já em Vitoria, voila... Por fim, com o passar dos anos, e principalmente nestes ultimos anos, a proximidade da cultura argentina com a europeia, que cada vez mais passei a admirar em contraposicao a cultura norte-americana e do resto do mundo me aproximavam ainda mais deles O fato de serem gauchos, por fim, fortaleceria infinitamente minha admiracao. Como ressalva fica apenas o fato de que o Maradona é um bosta, obviamente.
CULTURA E HISTORIA (ilustração: Hugo Pratt)
Meus primeiros contatos com a cultura e o povo argentinos eram um prenuncio do assombro e do respeito que nutriria pelos mesmos, pre-adolescente no colegiuo jesuita, a Guerra das Malvinas, tao ali proxima, tao seriamente discutida diariamente nos jornais gauchos, dado a proximidade e mesmo a consagueneidade cultural e biologica de nossso povos ficou marcada em mim. Meu gosto pelas tecnologias militares e pela guerra propriamente dita talvez tenha nascido ali... depois, uma vez abandonado pelo meu tio-icone, Flavius, na rodoviaria de Porto Alegre20 (ele chegou horas atrasado) uma gaucha liberal me acolheu em sua casa naquela mesma tarde junto com seus amigos argentinos que chegavam a rodoviaria (foi nessa mesma tarde, tenho certeza, que vi pela primeira vez a capa de Classic, do Yes e dos primeiros discos do Iron Maiden, numa loja – experiencia parecida com a da capa do CODA numa loja das Americanas. e do prenuncio da capa do At the Rainbow do Focus, naquela noite na casa do advogado do karakele que brincava de divorcio com minha mae... – ENFIM, a tal gaucha – que alias meu tio tinha mais condicoes de tracar do que eu, obviamente – comentava de seus argentinos que eles nunca tiravam a camisa, em hipotese alguma... Anos se passaram e na rodoviaria – novamente – de Sombrio, eu e meus colegas brincavamos de esperar ver as argentinas – infinitamente mais voluptuosoas peitudas e gordinhas que as brasileiras – descerem do onibus para o café da manha antes de seguir viagem para Florianopolis... que povo era este que frequentava cemiterios, e no lugar de bares visitava bibliotecas na alta madrugada??? que povo era este que andava bem trajado??? Era um povo medianamente mais intelectualizado que o brasileiro- que até nossos dias ostenta bolsoes inexpugnaveis de ignarancia e pobreza nordestinos e diria metropolitanos em geral. De maneira que esta admiracao pelos baixos indices de analfabetismo, por exemplo, dos argentinos, cristalizou-se em mim quando tive contato com a literatura deles. Em minha ignorancia prefiro seus livros aos nosssos – salvo Machado de Assis, mas que por tao extraordinario deve ser posto na conta das excentricidades. E entao maravilhado conheci um Coratzar e a literatura fantastica, meu cerebro preparava-se para assimilar Poe e o seu seculo... e ouvia falar de Borges e nesssa mesmo época comprei um disco de Piazzola, já em Vitoria, voila... Por fim, com o passar dos anos, e principalmente nestes ultimos anos, a proximidade da cultura argentina com a europeia, que cada vez mais passei a admirar em contraposicao a cultura norte-americana e do resto do mundo me aproximavam ainda mais deles O fato de serem gauchos, por fim, fortaleceria infinitamente minha admiracao. Como ressalva fica apenas o fato de que o Maradona é um bosta, obviamente.
roberto artl jorge luis borges piglia??? astor piazolla che guevara guerra das malvinas tango alfonsin julio cortazar menem peronismo gauchos
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