PERO VAZ DE CAMINHA
Documento inaugural da historia do Brasil, a carta de Pero Vaz de Caminha ao rei Dom Manuel I fixa o primeiro encontro do europeu, representado pelos portugueses da armada de Cabral, com os indigenas da terra entao descoberta. Datada de Porto Seguro, de uma sexta-feira, primeiro de maio de 1500, foi levada para Lisboa por Gaspar de Lemos, comandante da nau de mantimentos da esquadra.
Pero Vaz de Caminha nasceu provavelmente no Porto, em 1450. Cavaleiro39 (dic) das casas de D Afonso V, D Joao II e D Manuel I, e mestre da Casa da Moeda do Porto (1476), cargo em que sucedeu ao pai, Vasco Fernandes de Caminha, coube-lhe redigir, como vereador, os capitulos (dic) da camara portuense apresentados as cortes de Lisboa. O único escrito de Caminha de que se tem conhecimento é a carta que dirigiu a D Manuel I, dando-lhe noticias sobre a terra do Brasil e pormenores da descoberta.
Caminha achava-se na esquadra de Pedro Alvares Cabral em viagem para a India, como escrivao nomeado para a feitoria de Calicute. Considerando-se amigo do rei, em virtude de servicos prestados à Coroa pelo pai e avós, valeu-se da oportunidade de comunicar a nova do descobrimento a fim de interessar o monarca pela solucao de um problema particular: a situacao do genro, Jorge de Osorio, degredado em São Tome.
Em razao desse pedido, considera-se a carta um documento de carater intimo. Jorge de Osorio andara envolvido em furtos e extorsao a mão armada. em 1496 fora beneficiado por duas cartas de perdao. O pedido de Caminha mostra que seu genro era reincidente, não se sabendo, a rigor, o resultado que obteve.
Por seu conteudo, porem, a carta transcendeu dessa condicao particular para uma geral, a historica, tal a importancia de suas observacoes sobre a viagem, bem como sobre os indigenas brasilicos e suas reacoes ao contato inaugural com gente tao diferente.
O relato diario dos acontecimentos passados no Brasil mostra um narrador habil, com talento descritivo de etnografo. Na introducao, Caminha aborda os problemas da viagem, dentre os quais o desaparecimento de uma nau. Mas não se refere a tempestades, o que, segundo alguns historiadores, elimina a tese do desvio de rota da esquadra de Cabral. No relato juntam-se multiplas observacoes sobre os indigenas, homens e mulheres que o encantaram e são descritos com minucia no tocante a seu comportamento, sua inocencia, seus enfeites, o entendimento por meio de gestos, tudo isso registrado de modo quase cientifico. Caminha realizou verdadeiro prodigio de sintese em sua narrativa. no espaco de uma semana, diante de um mundo totalmente novo, ninguem poderia exigir melhor retrato da terra e do homem do que aquele que o escrivao deixou para a posteridade. daí alguns historiadores o considerarem um perfeito escritor, crendo que essa não tenha sido sua primeira e única narrativa.
Por mais de tres seculos, a carta permaneceu nos arquivos portugueses, só tendo sido publicada em 1817, pelo historiador Manuel Aires do Casal (pers) em sua famosa Corografia40 brasilica (verbete erudicao). Possui, no original, 27 folhas de texto e uma de endereco (estud. Teve sua importancia apontada pela primeira vez por nota de 19 de fevereiro de 1773, quando a encontrou o guarda-mor do Arquivo da Torre do Tombo, em Lisboa, Jose de Seabra da Silva.
Pero Vaz de Caminha faleceu em 1500, na India: teria sido uma das vitimas da tragedia ocorrida nessa feitoria, quando varios comandados de Cabral foram massacrados pelos mouros.
Documento inaugural da historia do Brasil, a carta de Pero Vaz de Caminha ao rei Dom Manuel I fixa o primeiro encontro do europeu, representado pelos portugueses da armada de Cabral, com os indigenas da terra entao descoberta. Datada de Porto Seguro, de uma sexta-feira, primeiro de maio de 1500, foi levada para Lisboa por Gaspar de Lemos, comandante da nau de mantimentos da esquadra.
Pero Vaz de Caminha nasceu provavelmente no Porto, em 1450. Cavaleiro39 (dic) das casas de D Afonso V, D Joao II e D Manuel I, e mestre da Casa da Moeda do Porto (1476), cargo em que sucedeu ao pai, Vasco Fernandes de Caminha, coube-lhe redigir, como vereador, os capitulos (dic) da camara portuense apresentados as cortes de Lisboa. O único escrito de Caminha de que se tem conhecimento é a carta que dirigiu a D Manuel I, dando-lhe noticias sobre a terra do Brasil e pormenores da descoberta.
Caminha achava-se na esquadra de Pedro Alvares Cabral em viagem para a India, como escrivao nomeado para a feitoria de Calicute. Considerando-se amigo do rei, em virtude de servicos prestados à Coroa pelo pai e avós, valeu-se da oportunidade de comunicar a nova do descobrimento a fim de interessar o monarca pela solucao de um problema particular: a situacao do genro, Jorge de Osorio, degredado em São Tome.
Em razao desse pedido, considera-se a carta um documento de carater intimo. Jorge de Osorio andara envolvido em furtos e extorsao a mão armada. em 1496 fora beneficiado por duas cartas de perdao. O pedido de Caminha mostra que seu genro era reincidente, não se sabendo, a rigor, o resultado que obteve.
Por seu conteudo, porem, a carta transcendeu dessa condicao particular para uma geral, a historica, tal a importancia de suas observacoes sobre a viagem, bem como sobre os indigenas brasilicos e suas reacoes ao contato inaugural com gente tao diferente.
O relato diario dos acontecimentos passados no Brasil mostra um narrador habil, com talento descritivo de etnografo. Na introducao, Caminha aborda os problemas da viagem, dentre os quais o desaparecimento de uma nau. Mas não se refere a tempestades, o que, segundo alguns historiadores, elimina a tese do desvio de rota da esquadra de Cabral. No relato juntam-se multiplas observacoes sobre os indigenas, homens e mulheres que o encantaram e são descritos com minucia no tocante a seu comportamento, sua inocencia, seus enfeites, o entendimento por meio de gestos, tudo isso registrado de modo quase cientifico. Caminha realizou verdadeiro prodigio de sintese em sua narrativa. no espaco de uma semana, diante de um mundo totalmente novo, ninguem poderia exigir melhor retrato da terra e do homem do que aquele que o escrivao deixou para a posteridade. daí alguns historiadores o considerarem um perfeito escritor, crendo que essa não tenha sido sua primeira e única narrativa.
Por mais de tres seculos, a carta permaneceu nos arquivos portugueses, só tendo sido publicada em 1817, pelo historiador Manuel Aires do Casal (pers) em sua famosa Corografia40 brasilica (verbete erudicao). Possui, no original, 27 folhas de texto e uma de endereco (estud. Teve sua importancia apontada pela primeira vez por nota de 19 de fevereiro de 1773, quando a encontrou o guarda-mor do Arquivo da Torre do Tombo, em Lisboa, Jose de Seabra da Silva.
Pero Vaz de Caminha faleceu em 1500, na India: teria sido uma das vitimas da tragedia ocorrida nessa feitoria, quando varios comandados de Cabral foram massacrados pelos mouros.
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