domingo, dezembro 31

George Orwell

Eric Arthur Blair, ou, George Orwell.
Precisamente em 1984, há vinte e dois anos atrás, tive contato pela primeira vez com alguns dos conceitos orwellianos, contidos no livro 1984, ao ver alguns cartuns numa edição da Heavy Metal americana daquele ano, 1984. Logo em seguida, penso, uns dois anos depois, vi em Recife o filme 1984, com Jhon Hurt. Meu aprendizado completara-se um pouco mais lendo um ensaio publicado na revista Manchete, uma tradução de um ensaio da Time. A idéia de que a diminuição do numero de palavras no idioma levava ao empobrecimento do pensamento (entre outras geniais sacadas do escritor-pensador) foi clara e facilmente compreendida por mim. E, desde então, sempre tenho em mente este conceito, que julgo correto.

No entanto, o primeiro livro a ler de Blair foi "Animal Farm", que aqui sempre foi traduzido como "A Revolução dos Bichos". Ainda que 1984 seja sua obra mais famosa, e talvez mais reveladora, certamente a Revolução dos Bichos é seu livro mais lido (eu já o li tres vezes). Confesso, agora, que mesmo assim, apenas hoje, depois de mais de vinte anos, me debruço finalmente sobre o livro e começo a lê-lo. Achava, há décadas atrás, que não podia morrer sem ter visto "E o Vento Levou", só para saber "qual é". Estou cumprindo meu débito com a literatura e lendo, portanto, 1984. Doravante vou postar aqui algumas passagens do livro, e, quem sabe, depois o livro todo de uma vez.

SE FOR PARA PREGAR UM PREGO NA PAREDE, BATA O MARTELO DE VERDADE

tumulo de George Orwell

Duplipensar é um conceito criado por George Orwell no livro 1984.

Na descrição do próprio autor:

"Saber e não saber, ter consciência de completa veracidade ao exprimir mentiras cuidadosamente arquitetadas, defender simultaneamente duas opiniões opostas, sabendo-as contraditórias e ainda assim acreditando em ambas; usar a lógica contra a lógica, repudiar a moralidade em nome da moralidade, crer na impossibilidade da Democracia e que o Partido era o guardião da Democracia; esquecer tudo quanto fosse necessário esquecer, trazê-lo à memória prontamente no momento preciso, e depois torná-lo a esquecer; e acima de tudo, aplicar o próprio processo ao processo. Essa era a sutileza derradeira: induzir conscientemente a inconsciência, e então, tornar-se inconsciente do ato de hipnose que se acabava de realizar. Até para compreender a palavra "duplipensar" era necessário usar o duplipensar."

A Revolução dos Bichos

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