terça-feira, abril 10

o Padre Antonio Vieira...

sempre foi uma curiosidade minha saber por que tantos internautas desaguam por aqui justamente por causa de uma procura do Google sobre o Padre Antonio Vieira e os seus Sermões. Não poderia ser uma legião de fanáticos histórico-religiosos, certamente. penso que alguns professores por aí dão de castigo aos seus alunos pesquisas sobre o Padre Vieira, só pode ser

mas para os aficcionados por tipografia eu garanto que o Padre é matéria quente para estudos, como você pode constatar nas fotos a seguir


tratam-se de páginas dos seguintes livros de Vieira:

DEFEZA DO LIVRO INTITVLADO QUINTO IMPERIO QUE HE JUNTAMENTE A SEGUNDA APOLOGIA DO LIVRO CLAVIS PROPHETARUM

SENTENÇA QUE SE DEU NA SANTA INQUIZIÇÃO CONTRA O PADRE ANTONIO VIEYRA 1667

LIBELLO CONTRA O R.

e

BREVE SO SM.P.N. CLEMENTE X AO PADRE ANTONIOVIEYRA DA COMPANHIA DE IESU FIELMENTE TRADUZIDO DA LINGOA PORTUGUEZA, 1690c


1
temos algumas citações correlatas ao Padre Vieira espalhadas em nosso blog, que podem ser conferidas aqui

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para que não veio aqui atrás de tipografia, mas porque o professor mandou mesmo aí vai a transcrição do verbete sobre o Padre obtido junto à Wikipedia:

António Vieira
(Wikipédia, a enciclopédia livre)
António Vieira ou Antônio Vieira (Lisboa, 6 de fevereiro de 1608 — Bahia, 17 de junho de 1697) foi um religioso português da Companhia de Jesus. Dos mais influentes personagens do século em termos de política, destacou-se como missionário em terras brasileiras. Nesta qualidade, defendeu infatigavelmente os direitos humanos dos povos indígenas combatendo a sua exploração e escravização. Era por eles chamado de "Paiaçu" (Grande Padre/Pai, em tupi-guarani). António Vieira defendeu também os judeus, a abolição da distinção entre cristãos-novos (judeus convertidos, perseguidos à época pela Inquisição) e cristãos-velhos (os católicos tradicionais), e a abolição da escravatura. Criticou ainda severamente os sacerdotes da sua época e a própria Inquisição. Assim, é inteligível que deve ter tido mesmo muitos inimigos dos quais se defender, o que remonta ao material exposto no início deste post. Na literatura, seus sermões possuem considerável importância no barroco brasileiro e as universidades frequentemente exigem sua leitura, o que explica a minha dúvida inicial.

Biografia

Nascido em lar humilde, na Rua do Cónego, perto da Sé, em Lisboa. Seu pai serviu a Marinha Portuguesa e foi, por dois anos, escrivão da Inquisição, tendo mudado-se para o Brasil em 1609, para assumir cargo de escrivão em Salvador, na capitania da Bahia. Em 1614 mandou vir a família para o Brasil. António Vieira tinha seis anos. Tem uma classificação complexa quanto à nacionalidade: passou mais da metade de sua vida no Brasil, e o próprio povo, quando ele caía em desgraça, chamava-o de «Judas do Brasil»; mas foi importante figura na política interna e externa de Portugal, para não falar na cultura.

No Brasil

Estudou na única escola da Bahia: o Colégio dos Jesuítas em Salvador. Consta que não era um bom aluno no começo, mas depois tornou-se brilhante. Juntou-se à Companhia de Jesus com voto de noviço em maio de 1623. Obteve o mestrado em Artes e foi professor de Humanidades, ordenando-se sacerdote em 1634. Em 1624, quando da Invasão Holandesa de Salvador, refugiou-se no interior, onde se iniciou a sua vocação missionária. Um ano depois tomou os votos de castidade, pobreza e obediência, abandonando o noviciado. Não partiu para a vida missionária. Estudou muito além da Teologia: Lógica, Física, Metafísica, Matemática e Economia. Em 1634, após ter sido professor de retórica em Olinda, foi ordenado e em 1638 já ensinava Teologia. Quando da segunda invasão holandesa ao Nordeste do Brasil (1630-1654), defendeu que Portugal entregasse a região aos Países Baixos, pois gastava dez vezes mais com manutenção e defesa do que o que obtinha em contrapartida, além do facto de que os Países Baixos eram um inimigo militarmente muito superior na época. Quando eclodiu uma disputa entre Dominicanos (membros da inquisição) e Jesuítas (catequistas), Vieira, defensor dos judeus, caiu em desgraça, enfraquecido pela derrota de sua posição quanto à questão do Nordeste do Brasil.

Em Portugal

Após a Restauração da Independência em (1640), em 1641, iniciou a carreira diplomática pois integrou a missão que veio a Portugal prestar obediência ao novo monarca Impondo-se pela viveza de espírito e como orador, foi nomeado pelo rei pregador régio. Em 1646 foi enviado à Holanda no ano seguinte à França, com encargos diplomáticos. Era embaixador (o pai, antes pobre, foi nomeado pensionista real) para negociar com os Países Baixos a devolução do Nordeste. Caloroso adepto de obter para a coroa a ajuda financeira dos cristãos-novos, entrou em conflito com a Inquisição mas viu fundada a Companhia de Comércio do Brasil

No Brasil, outra vez

O povo de Portugal não gostava de suas pregações em favor dos judeus. Após tempos conturbados acabou voltando ao Brasil, de 1652 a 1661, missionário no Maranhão e no Grão-Pará, sempre defendendo a liberdade dos índios. Diz o Padre Serafim Leite em «Novas Cartas Jesuíticas», Companhia Editora Nacional, São Paulo, 1940, página 12, que Vieira tem «para o norte do Brasil, de formação tardia, só no século XVII, papel idêntico ao dos primeiros jesuitas no centro e no sul», na «defesa dos Indios e crítica de costumes». «Manoel da Nóbrega e António Vieira são, efectivamente, os mais altos representantes, no Brasil, do criticismo colonial. Viam justo - e clamavam!»

Em Portugal, outra vez

Voltou para a Europa com a morte de D. João IV, tornando-se confessor da Regente, D. Luísa de Gusmão. Com a morte de D. Afonso IV, Vieira não encontrou apoio. Abraçou a profecia sebástica e por isso entrou de novo em conflito com a Inquisição que o acusou de heresia com base numa carta de 1659 ao bispo do Japão, na qual expunha sua teoria do Quinto Império, segundo a qual Portugal estaria predestinado a ser a cabeça de um grande império do futuro. Expulso de Lisboa, desterrado) e encarcerado no Porto e depois encarcerado em Coimbra, enquanto os jesuítas perdiam seus privilégios. Em 1667 foi condenado a internamento e proibido de pregar, mas, seis meses depois, a pena foi anulada. Com a regência de D. Pedro, futuro D. Pedro II de Portugal, recuperou o valimento.

Em Roma

seguiu para Roma, de 1669 a 1675. Encontrou o Papa à morte mas deslumbrou a Cúria com seus discursos e sermões. Com apoios poderosos, renovou a luta contra a Inquisição, cuja atuação considerava nefasta para o equilíbrio da sociedade portuguesa. Obteve um breve pontifício que o tornava apenas dependente do Tribunal romano.

Em Portugal

Regressou a Lisboa seguro de não ser mais importunado. Quando em 1671 uma nova expulsão dos judeus foi promovida, novamente os defendeu. Mas o Príncipe Regente passara a protetor do Santo Ofício e o recebeu friamente. Em 1675, absolvido pela Inquisição, voltou para Lisboa por ordem de D. Pedro, mas afastou-se dos negócios públicos.

No Brasil, pela última vez

Decidiu voltar outra vez para o Brasil, em 1681. Dedicou-se à tarefa de continuar a coligir seus escritos, visando à edição completa em 15 volumes dos seus Sermões, iniciada em 1679, e à conclusão da Clavis Prophetarum. Suas obras começaram a ser publicadas na Europa, onde foram elogiadas até pela Inquisição. Já velho e doente, teve que espalhar circulares sobre a sua saúde para poder manter em dia a sua vasta correspondência. Em 1694 já não conseguia escrever de próprio punho. Em 10 de junho começou a agonia, perdeu a voz, silenciaram-se seus discursos. Em 17 de junho de 1697 faleceu na Bahia, em 18 de Julho de 1697, com 89 anos.

Obra

Deixou obra complexa que exprime suas opiniões políticas, sendo não propriamente um escritor e sim um orador. Além dos Sermões redigiu o Clavis Prophetarum, livro de profecias que nunca concluiu. Entre os sermões, dois são os mais célebres: o Sermão da Quinta Dominga da Quaresma e o Sermão da Sexagésima.

Bibliografia

* 1 - CIDADE ( Hernani ) - PE / ANTÓNIO / VIEIRA / ESTUDO / BIOGRÁFICO E CRÍTICO / POR / … / SEPARATA / AGÊNCIA GERAL DAS

COLÓNIAS / LISBOA - M CM XL ( 1940 ).Pequena biografia sobre esta grande figura portuguesa do século XVII, nascido em Lisboa a

6/2/1608, veio a morrer na Baía a 18/7/1697. Separata publicada por altura do duplo centenário da Fundação e Restauração de Portugal.»
* 2 -

Lendas

Existem muitas lendas sobre o padre António Vieira, incluindo a que afirma que, na juventude, a sua genialidade lhe fora concedida por Nossa Senhora, e a que, uma vez, um anjo lhe indicou o caminho de volta à escola quando estava perdido.

Obras

* Sermão da Sexagésima
* Maria Rosa Mística
* Sermão de Santo António aos Peixes
* Sermão de Nossa Senhora do Rosário
* Sermão da Quinta Dominga da Quaresma
* Sermão do Mandato
* Sermão Segundo do Mandato
* Sermão de Santa Catarina Virgem e Mártir
* Sermão Histórico e Panegírico
* Sermão da Glória de Maria, Mãe de Deus
* Sermão da Primeira Dominga do Advento (1650)
* Sermão da Primeira Dominga do Advento (1655)
* Sermão de São Pedro
* Sermão da Primeira Oitava de Páscoa
* Sermão nas Exéquias de D. Maria de Ataíde
* Sermão de São Roque
* Sermão de Todos os Santos
* Sermão de Santa Teresa e do Santíssimo Sacramento
* Sermão de Santa Teresa
* Sermão da Primeira Sexta-feira da Quaresma (1651)
* Sermão da Primeira Sexta-feira da Quaresma (1644)
* Sermão de Santa Catarina (1663)
* Sermão do Mandato (1643)
* Sermão do Espirito Santo
* Sermão de Nossa Senhora do Ó (1640)
* Quarta parte, licenças e privilégio real
* Sermão pelo Bom Sucesso das Armas de Portugal
* Sermão da Segunda Dominga da Quaresma (1651)
* Maria Rosa Mística Excelências, Poderes e Maravilhas do seu Rosário
* Sermão das Cadeias de São Pedro em Roma pregado na Igreja de S. Pedro. No qual sermão é obrigado, por estatuto, o pregador a tratar da Providência, ano de 1674
* Sermão do Bom Ladrão (1655)
* Sermão da Dominga XIX depois do Pentecoste (1639)
* Sermão XII (1639)
* Sermão XIII
* Sermão de Dia de Ramos (1656)
* Quarta Parte em Lisboa na Oficina de Miguel Deslandes
* Sermão do Quarto Sábado da Quaresma (1640)
* Sermão XIV (1633)
* Sermão Nossa Senhora do Rosário com o Santíssimo Sacramento
* Sermão XI Com o Santíssimo Sacramento Exposto
* Sermão da Quinta Dominga da Quaresma (1654)
* Sermão nas Exéquias de D. Maria da Ataíde (1649)
* Sermão de São Roque (1652)
* Sermão Segundo do Mandato (II)
* Sermão do Mandato (1655)
* Sermão da Epifania (1662)
* Sermão da primeira Oitava da Páscoa (1656)
* História do Futuro (vol. I)
* História do Futuro (vol. II)
* Esperanças de Portugal
* Defesa do livro intitulado Quinto Império

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