quarta-feira, maio 9

as serifas

nos diz, muito didaticamente, a Wikipedia, sobre as serifas (este texto foi expandido pelo editor do blog):

Na tipografia, as serifas são os pequenos traços e prolongamentos que ocorrem no fim das hastes das letras. As famílias tipográficas sem serifas são conhecidas como sans-serif (do francês "sem serifa"), também chamadas grotescas (de francês grotesque ou do alemão grotesk). A classificação dos tipos em serifados e não-serifados é considerado o principal sistema de diferenciação de letras. As primeiras fontes "grotesques" no início do século XX foram as precursoras naturais de fontes como Univers, Futura e Arial. Abaixo, FatFontGrotesk, uma sem serifa da Intellecta

Tipicamente, os textos serifados são usados em blocos de texto (como em um romance) pois as serifas tendem a guiar o olhar através do texto. O ser humano lê palavras ao invés de letras individuais, assim as letras serifadas parecem juntar-se devido aos seus prolongamentos, unindo as palavras. Por outro lado, as fontes sem-serifa costumam ser usadas em títulos e chamadas, pois valorizam cada palavra individualmente e tendem a ter maior peso e presença para os olhos ("chamando a atenção"), já que parecem mais limpas.

No alfabeto romano, as serifas originaram-se do talhar das letras em pedra na antiga Itália, matéria que voce pode pesquisar mais lendo sobre EPIGRAFIA. Os artesãos entalhariam um pequeno espaço extra no fim de cada traço das letras a fim de prevenir o acúmulo de cascalho e poeira no baixo-relevo. Além disso, são consideradas uma herança da caligrafia manual na imprensa iniciada por Gutemberg. Abaixo, a fonte Volitiva, inspirada na tradição epigráfica romana
A etimologia de "serifa" é obscura, mas não parece ser muito antiga. Aparentemente a expressão surgiu simultaneamente às primeiras fontes sem-serifa (meados do século XIX). A mais antiga citação para sans-serif em língua inglesa é encontrada no Oxford English Dictionary em 1841. O Dicionário Webster (guarde este nome) busca a origem da palavra na holandesa schreiben e na latina scribere, ambas significando "escrever".

O primeiro tipo sem serifa, porém, foi publicado por William Caslon IV em meados de 1816. O tipo somente tinha caixas altas (capitais) e não se sabe claramente como surgiram suas formas inusitadas para o período. Considera-se hoje que como desenho esta sans serif tinha pouco valor. Inclusive é dificil encontrar no mercado os especimens sem serifas de Caslon, veja aqui, por exemplo, a profusão de espécimens digitais serifados de Caslon, mais de 50 fontes.


no próximo capítulo: o Alfabeto Latino

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