segunda-feira, agosto 20

Brito Aranha; BROCAR, pai e filho : dicionario de tipografos







depois de alguns meses em atraso, devido ao excesso de afazeres, eis de volta o Dicionario de Tipógrafos



BRITO ARANHA


Tipógrafo lisbonense nascido a 28 de Junho de 1833, de seu nome completo Pedro Wenscelau de Brito Aranha. Faleceu em 8 de Setembro de 1914. Aos 16 anos era aprendiz de composição manual ingressando alguns anos depois naImprensa Nacional de cujo quadro artístico fez parte. Mais tarde abraça a carreira do jornalismo e escreve, revê e traduz. Foi colaborador do jornal O Futuro, correspondente do Diário de Leiria, do Comércio do Porto e redactor principal do Diário de Notícias. Para além de ter sido autor do livro Memórias Históricas de Portugal foi o continuador do Dicionário Bibliográfico obra cuja publicação tinha sido suspensa por ter falecido o seu autor Inocêncio Francisco da Silva. Publicou assim quatro volumes do Suplemento ao referido dicionário, uma obra monumental e de grande valor. Foi um dos fundadores da Sociedade de Geografia de Lisboa, da Associação Tipográfica Lisbonensee Artes Correlativas e da Associação dos Escritores e Jornalistas Portugueses.



BROCAR, ARNAO GUILLÉN de


Impressor francês oriundo de Brocq, diocese de Lescar. Pensa-se que trabalhou em Toulouse com Henri Mayer antes de se instalar em Espanha. Em Toulouse também pode ter entrado em contacto com Turner e Parix. Brocar foi um dos mais importantes impressores do renascimento espanhol, tendo feito trabalhos gráficos de altíssima qualidade, contendo alguns magnificas ilustrações. Brocar foi justamente distinguido pelo imperador Carlos I que lhe concedeu o título de tipógrafo real, distinção que o seu filho Juan, outro tipógrafo de mérito, também obteve. Instalou-se em Pamplona, talvez chamado pelos reis de Navarra, Catalina de Foix e Juan de Albrit. A primeira impressão de Brocar em Pamplona é o Manuale secundum consuetudinem Ecclesie Pampilonensis de 1490. Deu à estampa nesta cidade outros livros, sobretudo litúrgicos, embora tenha impresso o Epílogo en medicina y cirugia, em 1495, de Johannes de Ketham, o Tratado de la peste de Vasco de Taranta, e o Título original de Nuestra Señora de Pedro de Fuentedueña, ambos de 1499, a Crónica Troyana de Guido de Columna, impresso em 1500. Neste ano muda-se para Logroño, possivelmente por causa da instável situação política vivida em Pamplona. Em 1502 imprime em Logroñoas Elegantiae de Agostino Dati, seguindo-se muitas outras obras como o Sacramental de Sánchez Vercial, em 1504, ou as Introductiones latinae de Nebrija que o apresentou ao cardeal Cisneros porque este queria começar a fazer livros impressos para aUniversidade de Alcalá de Henares. Para aqui se muda em 1511, sem contudo fechar a oficina de Logroño, o que só fará em 1514. Também trabalhará em Valladolid e Toledos em deixar a oficina de Alcalá. Em Alcalá de Henares, onde imprimirá até á morte ocorrida em 1523, instala-se na Rua dos Tintes. Imprimiu textos para a Universidade e a Bíblia Poliglota que foi distribuída em 1521 embora tenha sido impressa entre 1514 e 1517. A razão deste hiato deve-se a que a obra teve de aguardar pela aprovação do Papa Leão X, a quem aliás tinha sido dedicada. Os 600 exemplares impressos foram vendidos a seis ducados e meio, preço abaixo do custo de impressão mas mesmo assim uma verdadeira fortuna ao tempo. Os custos de composição, impressão e encadernação ultrapassaram os cinquenta mil ducados de ouro. A Bíblia Poliglota Complutense ou de Alcalá é uma obra em seis volumes e quatro idiomas: hebreu, caldeu, latim e grego. Cada uma das línguas está composta com corpos diversos. Os caracteres góticos e romanos do texto latino, e sobretudo os gregos, são considerados das mais belas obras defundição tipográfica. A sua última impressão é Questiones logicede Antonio Coronel, executadas em 1523.





veja aqui materia da Biblioteca da Universidade de Navarra sobre identificação dos tipos de Brocar E aqui páginas sobre Brocar no Museo de La Comunicacion. voce pode ver duas obras inteiramente digitalizadas de broca nas biblioteca digital da Universidade de Sevilha aqui e aqui.



imagem 1: edição de Petrarca, de Broca, que voce pode ver em maior profundidade na Universidade de Notre Dame. imagem 2 : frontispicio da Biblia Poliglota, imagens 3 e 4 : paginas de Brocar, imagem 5 : marca de impressor de Broca,

BROCAR, JUAN de


Filho do tipógrafo Arnaldo ou Arnao de Brocar, estudou na Universidade Complutense. A partir de 1520 deve ter-se dedicado à docência Foi casado com Francisca de Angulo, irmã do impressor Andrés de Angulo que lhe sucedeu à frente da oficina. Com a morte do pai toma conta da oficina de impressão juntamente com o seu irmão Pedro e com Miguel de Enguía. Em Alcalá de Henares, onde trabalha entre 1538 e 1552, imprime em 1538 Pradisusdlitiorum Pauli apostoli de Gutierre Trejo, considerado o seu primeiro trabalho. Depois entram no seu prelo o Libro de agricultura, (1539) de Gabriel de Herrera, Rhetorica en lengua castellana, (1541) de Miguel de Salinas, Las siete partidas (1542), um dos seus trabalhos tipográficos mais importantes, Aviso de Caçadores y de Caça (1543) de Pedro Nuñez de Avendaño, Arte ingeniosa de música (1544) de Melchior deTorres e as Obras (1546) de Francisco Cervantes Salazar. Em 1542 e 1543 também trabalha em Logroño onde imprime algumas obras de carácter religioso, missais, breviários e manuais. Terá trabalhado em Segóvia, no ano de 1548, mas não há conhecimento de obras tipográficas por ele impressas nesta cidade. Juan de Brocar morreu em Março ou Abril de 1552. A sua oficina continua a laborar aparecendo obras com o nome do já falecido tipógrafo. Porém, em 1560 aparece pela primeira vez o nome de Andrés de Angulo que como se disse lhe sucedeu à frente da gráfica.

Nenhum comentário: