sábado, agosto 18

Poe e de como esconder os seus segredos

vou começar com Poe mas vou chegar lá, em como melhor esconder os seus segredos.
Edgar Allan Poe, ao escrever "A Carta Roubada", mais do que nos brindar com uma das obras primas da literatura, nos ensina complacentemente um bom truque. Ele chega ao didatismo total quando, pela boca do diletante investigador Eugene Dupin, nos explica que a melhor forma de esconder algo é simplesmente não escondê-lo. E ilustra citando um jogo onde os participantes escolhem nomes num grande mapa plano e esperam que seus oponentes descubram quais os nomes escolhidos. Poe nos diz que os jogadores experientes escolhem os maiores nomes, preferencialmente os que cruzam de cabo a rabo o dito mapa. Oponentes medianos não os percebem. Li coisa semelhante décadas atrás em Lobsang Rampa (o que prova que não existe cultura inútil - eu acho) que nos explicava que entre os monges certos ruidos1 como os das rodas de orações não eram escutados a força da repetição, e - divagando um pouco - dizia que monges que estudavam demais chegavam a loucura e terminavam os dias celerados (talvez seja o meu fim). Enfiml, em A Carta Roubada, um grande segredo simplesmente não é escondido. E só a mente arguta de Dupin o descobre.

O que vou dizer agora acredito que voces, meninos, já o saibam. Pelo menos os hackers em geral devem sabê-lo. Se queres realmente esconder um segredo, jogue-o no e-mule e nas redes P2P. Alguns me entenderão.

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Sobre os ruidos mesmo os menos inteligentes entre nós devem concordar. Moro ao lado de um muro de aeroporto, e os aviões passam a menos de 100 metros de minha casa, na taxiagem. Lhes garanto que não os escuto há anos.

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