quinta-feira, setembro 13

Bits sustentáveis

A preservação do meio ambiente ganha espaço nas grandes empresas de TI. A IBM está mudando de cor. Conhecida há décadas por Big Blue, a gigante quer trocar o azul pelo ecologicamente correto verde. E está pondo dinheiro nisso — 1 bilhão de dólares por ano na criação de produtos e serviços que ajudem a reduzir o consumo de energia e o impacto ambiental de seus data centers, como o que mantém na paulista Hortolândia, e dos clientes. A IBM não está sozinha na cruzada ambiental. Outras integrantes do ranking INFO200, como Dell, HP, Unisys, EMC, Nokia e Motorola, entraram para a era verde. Não é à toa. A indústria de tecnologia da informação e comunicação (TIC) é responsável por cerca de 2% das emissões globais de dióxido de carbono (CO2), calcula o instituto Gartner, um percentual muito próximo do da aviação. É também uma das que mais empregam recursos naturais no processo de fabricação — um PC comum consome pelo menos dez vezes o seu peso em combustíveis fósseis e 1 500 litros de água, segundo a Universidade das Nações Unidas (UNU). Mas não é só isso. A indústria de TI utiliza substâncias perigosas e não recicláveis durante o ciclo de produção. E com o barateamento das máquinas, as vendas crescem e, em conseqüência, aumenta o consumo de energia elétrica, muitas vezes gerada por fontes não-renováveis. Apesar do tamanho do problema, ainda são poucas as empresas do setor que tomam atitudes sérias para melhorar processos e produtos. No Brasil, apenas 18 das 200 participantes do ranking INFO200 informaram possuir a certificação ISO 14 000, que atesta a responsabilidade ambiental no desenvolvimento de suas atividades. O engajamento nas hostes ecologicamente corretas é, no entanto, uma questão de tempo. O barulho feito em torno do tema por ativistas tem levado cada vez mais consumidores a considerar as questões ambientais em suas decisões de compra. Logo, as empresas terão de ir além do superficial. “Nos próximos cinco anos, as pressões financeiras, ambientais e legislativas forçarão as empresas de TIC a começar a investir pesadamente numa política ambiental”, afirma Simon Mingay, vice-presidente de pesquisas sobre sustentabilidade do Gartner. Para os fabricantes de hardware, não há outro caminho a não ser produzir itens com material reciclável e que consumam níveis cada vez mais baixos de energia. Quem conseguir um selo Energy Star, criado pela Agência de Proteção ao Meio Ambiente dos Estados Unidos (EPA), tende a conquistar muito mais clientes. Graças aos produtos com o selo, no ano passado, os americanos economizaram 14 bilhões de dólares e deixaram de emitir gases de efeito estufa num volume equivalente ao produzido por 25 milhões de carros.

fonte : Plantão INFO

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