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pois bem. os diligentes franceses guardavam em seus museus "para o futuro" exemplares de todos os jornais, todas as revistas, todos os cartazes, todos os livros e assim por diante. cartazes em dimensões gigantes de publicidade eram cuidadosamente dobrados e conservados.
a idéia parece boa. mas voce e eu temos certeza de que jamais existirão no futuro "pesquisadores" que possam se deter sobre toda esta massa de conhecimento que estamos acumulando. a tese, enfim, do ensaio, era que a produção, a armazenagem e o consumo de conhecimento em progressão geométricas denunciavam ser o conhecimento não um meio, mas um fim em si mesmo. o conhecimento seria um ALUCINÓGENO, que nos pede que aumentemos sempre cada vez mais a dosagem de uso.
e eu vou citar um exemplo. fiz o balanço de minhas imagens (frutos de pesquisa bibliófila e tipográfica) em meu computador usando o Picasa, que até há pouco nunca tinha tido o interesse de usar. e descobri possuir a assombrosa marca de 124.000 (cento e vinte e quatro mil) imagens para pesquisas. quantos milhares de anos me seriam precisos para estudar e criar mais conhecimento a partir destas 124.000 imagens?
e, no entanto, quando penso em deletar 10% das imagens de uma qualquer de minhas 733 (setecentas e trinta e tres) pastas faço-o com um pesar tremendo.
é isto: isto chama-se entropia, e é um dos sintomas da dependência do alucinógeno chamado "conhecimento".
como num clube de alcóolatras anonimos divido minhas experiencias de drogado aqui, neste blog, o Marginalia. e este foi o primeirto de uma nova série de posts sobre o Homo Digitalis, aquilo em que nos estamos tranformando
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