A Intellecta Design tem o orgulho de anunciar o desenvolvimento em curso de uma série de familias de fontes extraidas da rarissima e importantissima obra Brasilia I Mauritti Historia, de Franciscus Plante, publicada em Amsterdam em 1647, relevante para a historia do Brasil e da participação holandesa na mesma. E de anunciar a continuação programada deste trabalho pesquisando igualmente a não menos famosa Rerum per octennium in Brasilia et alibi nuper gestarum sub praefectura, de Gaspar Barlaeus. Obras irmãs, pois a edição de Plante reutiliza gravuras da obra de Barlaeus, sendo, por não iniciados, confundidas. Fato que, em observado-se o uso do mesmo mestre tipográfico, Willian Blau, ou Ioannis Blau, explica-se em muito.
Do ponto de vista tipográfico não trata-se de obra expressiva, trazendo tipos garamondianos ou venezianos impressos por Blau, mas soma-se ao conjunto de esforços da Intellecta para digitalizar em leituras contemporaneas caligrafias e tipografias relevantes para a história nacional. E, além do mais, são fontes belissimas que estão nascendo nesta lavra, próprias para dar um toque especial a diversas expressões gráficas. No entanto, nosso trabalho desenvolverá também acréscimos iconográficos referentes as estampas de Franz Post, feitas em 1645 especialmente para esta obra, que em muito acrescentarão artisticamente para as fontes. Este livro é duplamente importante pois sua série de gravuras de Frans Post permitiram identificar com precisão os quadros pintados no Brasil e oferecidos ao rei francês Luís XIV, inclusive as onze obras desaparecidas até hoje. Para os pesquisadores da história pernambucana e brasileira, e mesmo para o pernambucano legitimo, amante de sua terra e peculiaridades, é um deleite encontrar na obra os nomes mais arcaicos da fauna e flora, os rios e as cidades ali identificados com precisão topográfica e espirito naturalista. (foto digital: amostra da tipografia garamondiana/veneziana do miolo)
Agradecimentos especiais ao Gabinete Portugues de Leitura do Recife - detentor do original - sem o qual não seria possivel este trabalho, e as pessoas de Denise e Edna, do Gabinete, sempre solicitas ao atendimento ao pesquisador. Em varios posts a publicar subsequentemente iremos dando uma palhinha por amostragem do material desenvolvido bem como de algumas das capturas que fizemos sobre a obra original.
Se você é pesquisador de qualquer campo relacionado, ou historiador, seremos gratos por adições e comentários que enobreçam este trabalho
Para entender melhor o grupo de edições relacionadas aos nomes de Barlaeus, Plante, Elzevir e Blau leia este texto extraido do Diario de Pernambuco e que está servindo de guia para as subsequentes pesquisas da Intellecta para fechar o ciclo do pontpo de vista tipográfico:
"A produção científica da Missão do Conde de Nassau, ficou por conta de Willem Piso (1611-1678) e de Georg Marcgrave (1610-1644) e aparece em 1648, quando da publicação da obra Historia naturalis Brasiliae etc., impressa em Amsterdã, no formato 38 cm x 35 cm por Elzevier. A edição contou com a colaboração de Joannes de Laet, autor de LáHistoire du Nouveau Monde ou Description des Indes Occidentales., impressa em Leiden em 1640, que a pedido do Conde João Maurício de Nassau, se encarregou da compilação e tradução das notas de Georg Marcgrave, prematuramente falecido na África em 1644. Em sua primeira edição, o livro reúne 429 ilustrações de autoria dos pintores da comitiva de Nassau e algumas xilogravuras do próprio Marcgrave, sendo aberto por uma folha de rosto magnificamente ilustrada por Theodoro Matham. Assinada por dois autores, os quatro primeiros livros são autoria de Willem Piso, De Medicina Brasiliensi, e os oito restantes de autoria de Georg Marcgrave, História rerum naturalium Brasiliae, os quais foram compilados e anotados por Joannes de Laet. Os oito livros finais tratam, os três primeiros de botânica, o quarto sobre peixes, o quinto sobre pássaros, o sexto sobre quadrúpedes e serpentes, o sétimo sobre insetos e o oitavo (escrito por Joannes de Laet) descreve a região do Nordeste do Brasil e seus habitantes. Esta última parte é de raro valor etnográfico e lingüístico, sendo utilizada na sua elaboração notas de Jacob Rabbi, notável intérprete a serviço dos holandeses, e o extenso vocabulário tupi compilado pelo padre José de Anchieta.12
Alegando imperfeições na primeira edição, Willem Piso promoveu uma segunda em 1658, De Indiae Utriusque re naturali et medica, impressa em Amsterdã, nas oficinas de Ludovicus et Daniel Elzevier, no formato 36 x 22cm. A obra compreende seis livros do próprio Piso, reunidos sob o subtítulo Historiae naturalis et medicae Indiae Occidentalis, 332 p.; Tractatus topographicus et metereologicus Brasilae, cum Observatione Eclipsis Solaris, 39 p., de autoria de Georg Marcgrave; Historiae naturalis et medicae Indiae Orientalis, 160 p., de autoria de Jacobi Bonti e um estudo sobre a Mantissima aromatica, do próprio Piso. Esta edição é aberta por uma notável folha de rosto, gravada em lâmina de cobre provavelmente por Theodoro Matham, a qual se sucedem cinco páginas sem numeração. Os originais da obra encontram-se na Biblioteca Albertina, em Viena, sendo as duas edições ainda hoje muito consultadas pelos estudiosos da matéria contida em seus capítulos.
Em 1942, a Historia naturalis Brasiliae etc. veio a ser traduzida para o português pelo monsenhor José Procópio de Magalhães, sob o título História Natural do Brasil, numa publicação do Museu Paulista e Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, in folio, 25,5 cm. x 39 cm., com a reprodução da folha de rosto, iluminuras e desenhos da edição de 1648. Prefácio de Affonso de E. Taunay. 298 p + CIV.
Outro livro de rara beleza iconográfica é o poema de Franciscus Plante, Mauritiados, dedicado ao Conde João Maurício de Nassau, de quem era capelão. A obra, datada de 1647, impressa em Amsterdã por Joannis Maire, tem o formato de 42 cm x 30 cm, 205 p., sendo ilustrada por 20 gravuras (anteriormente publicadas no livro de Gaspar Barlaeus), quatro mapas desdobráveis (Ceará, Pernambuco, Paraíba e ñPernambuco Borealá), um retrato de João Maurício de Nassau (o mesmo do livro de Gaspar Barlaeus, gravado por Theodoro Matham) e outro do próprio Franciscus Plante, gravado por Jonas Suyderhoof. Já em 1872, esta obra era considerada por Fr. Mueller como um trabalho raro e magnífico.13
De extrema raridade é outro folheto (16 p. il.), que também leva a assinatura do reverendo Franciscus Plante, totalmente desconhecido pelos bibliógrafos e estudiosos que se dedicaram ao período holandês. Trata-se de um texto poético, com 16 páginas contendo preciosas ilustrações, sobre a tentativa da tomada da Bahia de Todos os Santos por frota comandada pelo Conde João Maurício de Nassau, publicado, sob o título Legatio Pernambucencis, impresso em Leiden, na oficina de Wilhelmi Christiani, em 1642. O único exemplar conhecido deste precioso opúsculo encontra-se hoje na biblioteca do Prof. José Antônio Gonsalves de Mello, adquirido à Livraria Kosmos (Rio de Janeiro), em 8 de março de 1973. Atualmente este precioso exemplar integrar o acervo do Instituto Ricardo Brennand (Recife), onde se encontram todos os livros que pertenceram à Biblioteca do notável homem de letras José Antônio Gonsalves de Mello."
Do ponto de vista tipográfico não trata-se de obra expressiva, trazendo tipos garamondianos ou venezianos impressos por Blau, mas soma-se ao conjunto de esforços da Intellecta para digitalizar em leituras contemporaneas caligrafias e tipografias relevantes para a história nacional. E, além do mais, são fontes belissimas que estão nascendo nesta lavra, próprias para dar um toque especial a diversas expressões gráficas. No entanto, nosso trabalho desenvolverá também acréscimos iconográficos referentes as estampas de Franz Post, feitas em 1645 especialmente para esta obra, que em muito acrescentarão artisticamente para as fontes. Este livro é duplamente importante pois sua série de gravuras de Frans Post permitiram identificar com precisão os quadros pintados no Brasil e oferecidos ao rei francês Luís XIV, inclusive as onze obras desaparecidas até hoje. Para os pesquisadores da história pernambucana e brasileira, e mesmo para o pernambucano legitimo, amante de sua terra e peculiaridades, é um deleite encontrar na obra os nomes mais arcaicos da fauna e flora, os rios e as cidades ali identificados com precisão topográfica e espirito naturalista. (foto digital: amostra da tipografia garamondiana/veneziana do miolo)
Agradecimentos especiais ao Gabinete Portugues de Leitura do Recife - detentor do original - sem o qual não seria possivel este trabalho, e as pessoas de Denise e Edna, do Gabinete, sempre solicitas ao atendimento ao pesquisador. Em varios posts a publicar subsequentemente iremos dando uma palhinha por amostragem do material desenvolvido bem como de algumas das capturas que fizemos sobre a obra original.
Se você é pesquisador de qualquer campo relacionado, ou historiador, seremos gratos por adições e comentários que enobreçam este trabalho
Para entender melhor o grupo de edições relacionadas aos nomes de Barlaeus, Plante, Elzevir e Blau leia este texto extraido do Diario de Pernambuco e que está servindo de guia para as subsequentes pesquisas da Intellecta para fechar o ciclo do pontpo de vista tipográfico:
"A produção científica da Missão do Conde de Nassau, ficou por conta de Willem Piso (1611-1678) e de Georg Marcgrave (1610-1644) e aparece em 1648, quando da publicação da obra Historia naturalis Brasiliae etc., impressa em Amsterdã, no formato 38 cm x 35 cm por Elzevier. A edição contou com a colaboração de Joannes de Laet, autor de LáHistoire du Nouveau Monde ou Description des Indes Occidentales., impressa em Leiden em 1640, que a pedido do Conde João Maurício de Nassau, se encarregou da compilação e tradução das notas de Georg Marcgrave, prematuramente falecido na África em 1644. Em sua primeira edição, o livro reúne 429 ilustrações de autoria dos pintores da comitiva de Nassau e algumas xilogravuras do próprio Marcgrave, sendo aberto por uma folha de rosto magnificamente ilustrada por Theodoro Matham. Assinada por dois autores, os quatro primeiros livros são autoria de Willem Piso, De Medicina Brasiliensi, e os oito restantes de autoria de Georg Marcgrave, História rerum naturalium Brasiliae, os quais foram compilados e anotados por Joannes de Laet. Os oito livros finais tratam, os três primeiros de botânica, o quarto sobre peixes, o quinto sobre pássaros, o sexto sobre quadrúpedes e serpentes, o sétimo sobre insetos e o oitavo (escrito por Joannes de Laet) descreve a região do Nordeste do Brasil e seus habitantes. Esta última parte é de raro valor etnográfico e lingüístico, sendo utilizada na sua elaboração notas de Jacob Rabbi, notável intérprete a serviço dos holandeses, e o extenso vocabulário tupi compilado pelo padre José de Anchieta.12
Alegando imperfeições na primeira edição, Willem Piso promoveu uma segunda em 1658, De Indiae Utriusque re naturali et medica, impressa em Amsterdã, nas oficinas de Ludovicus et Daniel Elzevier, no formato 36 x 22cm. A obra compreende seis livros do próprio Piso, reunidos sob o subtítulo Historiae naturalis et medicae Indiae Occidentalis, 332 p.; Tractatus topographicus et metereologicus Brasilae, cum Observatione Eclipsis Solaris, 39 p., de autoria de Georg Marcgrave; Historiae naturalis et medicae Indiae Orientalis, 160 p., de autoria de Jacobi Bonti e um estudo sobre a Mantissima aromatica, do próprio Piso. Esta edição é aberta por uma notável folha de rosto, gravada em lâmina de cobre provavelmente por Theodoro Matham, a qual se sucedem cinco páginas sem numeração. Os originais da obra encontram-se na Biblioteca Albertina, em Viena, sendo as duas edições ainda hoje muito consultadas pelos estudiosos da matéria contida em seus capítulos.
Em 1942, a Historia naturalis Brasiliae etc. veio a ser traduzida para o português pelo monsenhor José Procópio de Magalhães, sob o título História Natural do Brasil, numa publicação do Museu Paulista e Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, in folio, 25,5 cm. x 39 cm., com a reprodução da folha de rosto, iluminuras e desenhos da edição de 1648. Prefácio de Affonso de E. Taunay. 298 p + CIV.
Outro livro de rara beleza iconográfica é o poema de Franciscus Plante, Mauritiados, dedicado ao Conde João Maurício de Nassau, de quem era capelão. A obra, datada de 1647, impressa em Amsterdã por Joannis Maire, tem o formato de 42 cm x 30 cm, 205 p., sendo ilustrada por 20 gravuras (anteriormente publicadas no livro de Gaspar Barlaeus), quatro mapas desdobráveis (Ceará, Pernambuco, Paraíba e ñPernambuco Borealá), um retrato de João Maurício de Nassau (o mesmo do livro de Gaspar Barlaeus, gravado por Theodoro Matham) e outro do próprio Franciscus Plante, gravado por Jonas Suyderhoof. Já em 1872, esta obra era considerada por Fr. Mueller como um trabalho raro e magnífico.13
De extrema raridade é outro folheto (16 p. il.), que também leva a assinatura do reverendo Franciscus Plante, totalmente desconhecido pelos bibliógrafos e estudiosos que se dedicaram ao período holandês. Trata-se de um texto poético, com 16 páginas contendo preciosas ilustrações, sobre a tentativa da tomada da Bahia de Todos os Santos por frota comandada pelo Conde João Maurício de Nassau, publicado, sob o título Legatio Pernambucencis, impresso em Leiden, na oficina de Wilhelmi Christiani, em 1642. O único exemplar conhecido deste precioso opúsculo encontra-se hoje na biblioteca do Prof. José Antônio Gonsalves de Mello, adquirido à Livraria Kosmos (Rio de Janeiro), em 8 de março de 1973. Atualmente este precioso exemplar integrar o acervo do Instituto Ricardo Brennand (Recife), onde se encontram todos os livros que pertenceram à Biblioteca do notável homem de letras José Antônio Gonsalves de Mello."
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