domingo, julho 30

europa, séculos XII a XV, panorama artistico = A ARTE GÓTICA

europa, séculos XII a XV, panorama artistico

ARTE GÓTICA

O estilo gótico é identificado como o período das grandes catedrais. De fato, com suas construções começaram a ser definidos os princípios fundamentais desse estilo. O gótico teve início na França, novo centro de poder depois da queda do Sacro Império, em meados do século XII, e terminou aproximadamente no século XIV, embora em alguns países do resto da Europa, como a Alemanha, se estendesse até bem depois de iniciado o século XV. O gótico era uma arte imbuída da volta do refinamento e da civilização na Europa e o fim do bárbaro obscurantismo medieval. A palavra gótico, que faz referência aos godos ou povos bárbaros do norte, foi escolhida pelos italianos do renascimento para descrever essas descomunais construções que, na sua opinião, escapavam aos critérios bem- proporcionados da arquitetura. No entanto, nada podia estar mais longe da realidade. (foto: embora Hyeronimus Bosch tenha vivido no final da idade média e início da renascença, sua obra é um atestado visual das mentalidades e anseios da Idade Média)

Foi nas universidades, sob o severo postulado da escolástica - Deus Como Unidade Suprema e Matemática -, que se estabeleceram as bases dessa arte eminentemente teológica. A verticalidade das formas, a pureza das linhas e o recato da ornamentação na arquitetura foram transportados também para a pintura e a escultura. O gótico implicava uma renovação das formas e técnicas de toda a arte com o único objetivo de expressar a harmonia divina. A Ressureição Pintura O traço que mais identifica a pintura gótica é seu intencional naturalismo. Partindo da premissa de que a representação do mundo real refletia a verdadeira natureza divina da criação, os pintores do gótico elaboraram uma pintura carregada de simbolismo, a fim de tocar emocionalmente o observador. O resultado foi a criação de uma arte de linhas claras e cores puras, na qual era a cor que expressava o valor simbólico da espiritualidade. Em estreito contato com a iconografia cristã, a linguagem das cores era completamente definida: o azul, por exemplo, era a cor da Virgem Maria, e o marrom, a de São João Batista. A manifestação da idéia de um espaço sagrado e atemporal, alheio à vida mundana, foi conseguida com a substituição da luz por fundos dourados. Essas técnicas e conceitos foram aplicados tanto na pintura mural quanto no retábulo e na iluminação de livros. Sobre a escrita do período e seu desdobramento nos caracteres góticos atés os dias de hoje veja este post.

A finalidade primordial da pintura gótica era ensinar a criação divina e, num sentido mais didático, narrar as Escrituras para o maior número de pessoas, quase sempre analfabetas. Os temas eram religiosos, tirados da tradição bizantina. Além das histórias da Bíblia, representava-se também a vida dos santos e a iconografia de Cristo, particularmente a crucificação, capítulo central da teologia da Idade Média. Virgem Escultura: A escultura gótica está presente nas fachadas, tímpanos e portais das catedrais, que foram o espaço ideal para sua realização. Como a pintura, a escultura se caracterizou por um calculado naturalismo que, mais do que as formas da realidade, procurou expressar a beleza ideal do divino. Para isso, teve de recorrer às técnicas da antiguidade clássica, ainda que sob as mesmas concepções adotadas depois pelos renascentistas. O fato é que se estava à procura de parâmetros para uma beleza ideal. As esculturas que inauguraram o ciclo são as da catedral de Chartres. De uma beleza tranqüila porém expressiva, logo se transformaram em modelo a ser seguido pelos demais escultores. A princípio, as estátuas eram alongadas e não possuíam qualquer movimento, com um acentuado predomínio da verticalidade, o que praticamente as fazia desaparecer. Eram estátuas-colunas.

As figuras vão adquirindo naturalidade e dinamismo, as formas se tornam arredondadas, a expressão do rosto se acentua e aparecem as aprimeiras cenas de diálogo nos portais. A separação em relação à arquitetura é então um fato: as esculturas começam a se destacar como obras independentes. As roupas ficam mais pesadas e se multiplicam as dobras, que já não são lineares e rígidas, mas sim onduladas, expressivas e mais naturais.

O programa das catedrais góticas, como outros ramos da arte desse período, se baseava principalmente nas histórias das Sagradas Escrituras. Depois, com o início do culto à Virgem e ao Cristo, era muito comum encontrar cenas de sua vida nos relevos dos tímpanos. Toda a iconografia cristã era representada dessa maneira na pedra, e junto com os vitrais e a arquitetura constituíam a expressão mais pura do misticismo medieval.

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