sábado, março 10

marginalia e seus leitores...

melhor que escrever sobre assuntos marginais é saber que existem nossos leitores:

"estou escrevendo uma tese justamente sobre este assunto (construcao de naus) e fiquei muito contente em saber que existem textos em pdf disponiveis. mas nao encontrei o texto a que vc se refere na BNDP.

(...) sempre faco busca pelo google sobre o assunto. dessa vez seu site logo
apareceu, creio que na primeira pagina.
meu trabalho eh uma tese particular; estou agregando informacoes sobre as
grandes navegacoes do seculo xvi faz um tempo, principalmente no que se
refere aos corsarios da epoca. os temas que busco sao sobre a estrutura das
embarcacoes, seu funcionamento, etc.
li um pouco mais seu blog e gostei bastante; coincidencia ou nao, tambem sou
designer e workaholic -- moro no brasil, e ultimamente me dedico bastante a
ilustracoes editoriais.
eis meu site: www.nelsonprovazi.com.br
um abraco e obrigado,

Poderia me indicar onde acho este arquivo no site? grande abraco e obrigado!

nelson"

origem: post sobre "O Livro das Naus"

para os bibliófilos, o livro solicitado é o seguinte:

OLIVEIRA, Fernão de, 1507-ca. 1581

Livro da fabrica das naos [Manuscrito] / composto de novo pello Licenciado Fernando Oliveyra, [ca 1580]. - [3] f., [164] p., enc. : il. ; 31 cm. -

Fernão de Oliveira foi piloto de galés, na década de 1540, ao serviço de Francisco I, e cartógrafo. Revelou grande diversidade de interesses, dedicando-se profundamente ao estudo de matérias tão diversas como a filologia e a gramática portuguesa, a História de Portugal e a teoria da guerra naval. Em vida, veria somente impressas duas obras, a Grammatica da lingoagem portuguesa, de 1536, a primeira obra do género publicada no país, e a Arte da guerra do mar, de 1555. O autor desempenhou ainda algumas funções relevantes de carácter diplomático em Inglaterra. . - Original autógrafo, com correcções, anotações marginais e acrescentos da mesma letra; nas margens, em evidência, encontram-se também expressões e termos relativos à ciência náutica, cuja explicação se desenvolve no texto. - Trata-se do primeiro tratado português de arquitectura naval, e um dos mais antigos conservados quase integralmente. - Em 12 dos 13 fólios descobertos no códice, após o seu restauro, identificaram-se versões primitivas do texto, igualmente autógrafas, e uma dedicatória a D. Sebastião (?), em letra de chancelaria. - Após o restauro do códice, realizado em 1989, na BN, foram descobertos 13 fólios que estavam colados, e aos quais não foi acrescentada nenhuma numeração. - Letra humanística cursiva. - Inclui desenhos à pena de 10 figuras das diversas partes de uma nau. Exceptuando a figura da p. [96], desenhada na parte inferior da mesma, as restantes representações foram desenhadas em fragmentos de diversas dimensões, colados (parcialmente) nas paginas a que se referem (f. 71, 82 v., 93, , 99, f. entre 106 e 107, 107, 112 v., 114 v. , 115). - Encadernação em pergaminho (restaurada). - Pertenceu à livraria do Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, apresentando o respectivo carimbo em diversos fólios. Segundo nota manuscrita constante do f. [3 r.], o códice foi oferecido a esta livraria pelo padre mestre José Sanches. Deu entrada na BN depois de 1834, aquando da incorporação dos fundos dos conventos e mosteiros extintos. - Liuro da Fabrica das Naos / Fernando Oliveira ; leitura de Lopes e Mendonça ; trad. Manuel Leitão. Lisboa: Academia de Marinha, 1991


Caro paulo,
perdoe-me incomodá-lo mais uma vez com minha questões. estou apreciando muito o facsimile, mas me faço uma pergunta que talvez você saiba me esclarecer: é possível encontrar uma transcrição deste livro, digital o impressa?
obrigado e um abraço,
Nelson


Caro Nelson
o inglês de 500 anos atrás é mais inteligivel que o portugues do mesmo período. a lingua portuguesa passou e passa por tantas alterações ao longo dos séculos ultimos que tornou-se, o portugues escrito e falado de cinco séculos atrás, arcaico. entendo sua dificuldade em ler o Livro das Naus, além da má qualidade do arquivo digital, mas espero que fique feliz em saber que a Carta de Caminha é muito mais dificil de ser lida

alguns sites fornecem os fac-similes antigos juntamente com transcrições, não é o caso deste material da BNDP. porém há uma versão contemporânea do mesmo, impressa:

"Liuro da Fabrica das Naos / Fernando Oliveira ; leitura de Lopes e
Mendonça ; trad. Manuel Leitão. Lisboa: Academia de Marinha, 1991"

editada, portanto, em Portugal, pela Marinha. é possivel que um bom papo com esta instituição lhe angariasse um exemplar. também é possivel, por se tratar de uma edição da Marinha portuguesa, que instituições nacionais como a Biblioteca do Exército possuam um
exemplar, ou mesmo a Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro

abraços

pw

ps: se vieres, um dia, a se interessar por conhecer um pouco portugues arcaico, minha indicação de partida é o livro "A Carta de Caminha", de Jayme Cortesão

Caro paulo,
muitissimo obrigado pela ajuda até então.
espero poder contar contigo caso surja alguma outra dúvida em relação ao assunto. é sempre muito bom saber de pessoas que partilham dos mesmo interesses que os nossos.
mais uma vez obrigado. um grande abraço,
Nelson

Nenhum comentário: