sábado, julho 22

JOÃO BLÁVIO (dicionario de tipografos + Barlaeus & Goa

BLÁVIO, JOÃO, do Dicionario de Tipógrafos

Alemão, natural de Colónia, que se estabeleceu em Portugal onde foi impressor régio de D. Sebastião.
Imprimiu em Lisboa para cima de 50 obras. Os seus trabalhos, em caracteres góticos, redondos e itálicos, destacam-se pela nitidez e boa impressão. Tinha oficina no chamado Beco do Gaspar das Naus, pouco mais ou menos no lugar onde hoje fica a Rua do Crucifixo. Entre 1560 e 1562 estava estabelecido na Rua dos Escudeiros. Usou como marca tipográfica um escudo com três garras em roquete e no centro uma estrela de seis pontas, tudo suportado por dois ursos. Ao alto a marca continha as iniciais do seu nome I.B. Blávio terá tido, em data anterior a 1561, uma tipografia na Índia, em Goa, que vendeu a João Endem e João de Quinqénio.

Aqui termina o que diz o Dicionário e começa a minha pesquisa. Pois, algumas décadas depois aparecem impressões históricas relevantes para Barlaeus e Franciscus Plante sob o nome (no frontispicio) do Mestre Impressor
Willian Blau, ou Ioannis Blau. Terá sido este Blau, décadas depois, um avatar, um descendente direto do primeiro, tendo apreendido o oficio em familia?

Ainda que Ioanis Blau tenha impresso em Holanda, neste periodo a história e o comércio entre Holanda e Portugal eram muito ativos e interligados (como de restro em toda a Europa continental ocidental). Isto poderia explicar uma migração da familia Portugal para a Holanda, que alias, era de origem germanica, nortista. O contrario tambem acontecia, como por exemplo no caso de Lourenço de Anvers, impressor que migrou com sucesso profissional, da Holanda para Portugal (a "Comunidade Européia" ja era uma idéia latente desde a Hansa!)

Importante comentar aqui que Blau teve oficina tipográfica em Goa. Seu trabalho é reputado como de alto nível. Em Goa, poucas décadas depois, as oficinas da Companhia de Jesus imprimiam relevantes trabalhos, porém sofriveis do ponto de vista técnico. Isto ajuda a balancear uma impressão á primeira vista negativa sobre os primeitos trabalhos tipográficos no extremo oriente, frutos da técnida ocidental desenvolvida. E me vem a memória as missões jesuiticas nas américas e seus finos trabalhos (veja os relatos do Padre Sepp), apreciados na Europa de então. Havia melhor mão de obra nas américas missionárias em contrapartida aos "legítimos índios das índias"? MAS ISTO FICA PARA UM PRÓXIMO POST


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